segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Vice-prefeito se reúne com Eletronuclear

Motivo da reunião foi a preocupação com o número
de demissões e o impacto na economia da cidade.



Preocupado com as mais de 1.100 demissões dos trabalhadores da construção civil na usina nuclear de Angra 3, na última terça-feira, dia 13, o vice-prefeito de Angra dos Reis, Leandro Silva, acompanhado do secretário de Governo, Robson Marques, do secretário de Atividades Econômicas, Marcelo Oliveira, e do presidente da Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL), Valter Ornelas, se reuniu com o presidente da Eletronuclear, Pedro Figueiredo, na sede da empresa, no Rio de Janeiro. A reunião foi solicitada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil de Angra dos Reis e Paraty (Sticpar). Também participaram os vereadores Fábio Macedo e Sargento Thimoteo.

Segundo o Sticpar, as demissões foram confirmadas na quinta-feira, 8, após a notificação, no dia 7, sobre os desligamentos. O motivo seria falta de verba para continuidade dos serviços. As usinas de Angra dos Reis são operadas pela Eletrobras/Eletronuclear, e a construção civil de Angra 3 é de responsabilidade da construtora Andrade Gutierrez.

– A minha grande preocupação é com o impacto dessas demissões na nossa cidade. Trouxemos para o encontro o presidente da CDL que pode nos dar uma noção do que esses números representam. Pontuou o vice-prefeito, que tem acompanhado pessoalmente as grandes pautas que dizem respeito ao emprego dos munícipes.

Já o secretário de governo, Robson Marques, foi além e pontuou junto ao presidente da Eletronuclear os problemas da paralisação da obra e a possibilidade de degradação do que já foi construído.

– Eu lembro que na construção de Angra 2 a situação foi semelhante, mas que a parte civil já estava pronta. Peço que a empresa tenha atenção quanto à degradação do que já foi feito, para que não haja desperdício do dinheiro público – pontuou o secretário de Governo, que foi endossado pelo sindicato.

Ainda no encontro, o sindicato propôs que os trabalhadores demitidos tenham a prioridade na nova contratação. Em tempo, coube ao presidente do Sticpar, Anderson Pereira, informar que conta, nessa articulação, com as forças políticas que o município dispõe em Brasília.

– Entendemos a importância do projeto nuclear brasileiro e o que de fato isso significa para a nossa cidade. Tanto o deputado Luiz Sérgio quanto o deputado Fernando Jordão já me ligaram e estão se articulando em Brasília e nos ajudando nessa articulação. O momento é de conseguir verbas para a conclusão desta obra – disse Anderson, que relembrou com o secretário de Atividade Econômicas os esforços para a liberação do licenciamento de Angra 3.

– Muitos que estão nessa mesa participaram daquela movimentação no passado. Nos unimos pela cidade e fomos ate Brasília de ônibus. Hoje a história se repete. Estamos mais uma vez reunidos pela nossa cidade e vamos lutar por ela. Se Deus quiser, seremos vitoriosos como fomos – concluiu Marcelo Oliveira.

Encerrando a reunião, o presidente da Eletronuclear, Pedro Figueiredo, informou que 62% da obra está pronta e que hoje, no canteiro de obras, há dois principais contratos na construção de Angra 3: o contrato de civil, que está parado, e o de montagem, que será iniciado após a conclusão da parte civil.

– A Eletronuclear sempre teve um compromisso com o município. Estamos levantando os custos e já estamos atentos a não degradação do que já foi feito – salientou.

– Tentamos adiar, prorrogar essas demissões. Atualmente são 114 contratos que compõem o consórcio de construção de Angra 3. Alguns deles de fora do Brasil. Estamos buscando o BNDES e a Caixa Econômica Federal para o financiamento final dessa obra e a retomada dos trabalhos. A articulação dos deputados que foram eleitos pela cidade é muito importante neste processo. Estamos trabalhando para que tudo se encaminhe da melhor forma e, em janeiro, haja o retorno das contratações – concluiu Figueiredo.


IMPACTO NA ECONOMIA LOCAL

A CDL, que cuida do setor empresarial, já demonstra preocupação com o número de demissões e o que isso pode ocasionar.

– A usina, a Brasfels e a Transpetro são os principais empregadores da região. Estamos numa fase muito delicada para todas essas empresas, e, infelizmente, o que mais nos preocupa é que essa época de demissões virá no final do ano, uma época de festas, Natal, Ano Novo – disse o presidente da CDL, Valter Ornelas.

– Penso que devemos montar um grupo de trabalho para acompanhar todo esse processo que está se construindo. É de suma importância a participação do sindicato, da Câmara dos vereadores, do Executivo Municipal e da própria Câmara de Dirigentes e Lojistas, que representa um setor que é afetado com essas demissões. Minha preocupação é como outros setores serão prejudicados com a paralisação da obra e o impacto em escala que isso se dará na nossa cidade – pontuou o vice-prefeito.