quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Exposição abre Semana da Consciência Negra



O som forte dos tambores e atabaques estão ecoando no salão de exposições da Casa Larangeiras. Os instrumentos musicais usados pelos povos africanos e inseridos nos cultos afros no Brasil para celebrar a alegria e espantar os maus espíritos dão o tom da exposição “Cantos, Tambores e Saberes – as várias Áfricas de Angra dos Reis”, aberta nesta quarta-feira, 13, dentro da programação da Semana da Consciência Negra.

O evento, idealizado pela Prefeitura de Angra, por meio da Fundação Cultural do Município (Cultuar), vai comemorar com uma extensa programação de 13 a 30 de novembro, o Dia da consciência Negra (20 de novembro).

A data, feriado estadual, homenageia um dos maiores líderes negros do Brasil – Zumbi dos Palmares - e sua luta pela libertação dos escravos, pela liberdade dos cultos religiosos e prática da cultura africana no Brasil.

A exposição reúne fotografias, quadros, desenhos, vestuários e objetos musicais que contam a história dos negros, desde a África aos moradores negros  do Bracuí, que,  em 2012,  obtiveram o reconhecimento do governo do estado do Rio de Janeiro e da Fundação Palmares como  comunidade  quilombola.

Em 2008, os moradores iniciaram a construção da Casa de Estuque, um ponto de cultura, que abrigará as atividades culturais, educacionais e de lazer da comunidade. O grande casarão está em fase final de  construção e fica localizado nas ruínas de um antigo engenho de cachaça.

Ainda na exposição, um vídeo com depoimentos de antigos moradores do Bracuí exibe a história do local, suas culturas e costumes e a luta de seus ancestrais pela liberdade, conquista da terra e de trabalho digno.

Também ganharam espaço na mostra as vestimentas de orixás africanos. O espaço foi organizado pela União Municipal dos Umbandistas e Candomblecistas de Angra dos Reis (Umucar).

ZUMBI DOS PALMARES

Zumbi dos Palmares nasceu em 1655, no estado de Alagoas. Ícone da resistência negra à escravidão, liderou o Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas no Brasil Colonial. Localizado na região da Serra da Barriga, atualmente parte do município alagoano de União dos Palmares.

Embora tenha nascido livre, Zumbi foi capturado aos sete anos de idade e entregue a um padre católico, do qual recebeu o batismo e foi nomeado Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre nas celebrações de missas. Porém, aos 15 anos, voltou a viver no quilombo, pelo qual lutou até a morte, em 1695.