terça-feira, 18 de março de 2014

IV Fale/Angra é grande sucesso de público




A Prefeitura de Angra, por meio da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), realizou na sexta-feira, 14, o IV Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita (Fale/Angra). O evento aconteceu na Igreja Assembleia de Deus, no Centro, e contou com cerca de 400 profissionais do Ensino Fundamental, além das presenças do Secretário de Educação, Neirobis Nagae, e da subsecretária da pasta, Patrícia Dal Col.

O Fale/Angra foi criado em 2007, no Rio de Janeiro, e foi implementado em Angra em 2013, por meio de uma articulação entre a Gerência de Ensino Fundamental da Secretaria de Educação e a Unirio.

O fórum é parte de um projeto de ensino-pesquisa-extensão que discute, investiga e implementa políticas e práticas de leitura e escrita. Ele tem como objetivo propor aos educadores que socializem suas experiências e reflitam sobre seus fazeres, possibilitando a construção de novos saberes e a valorização das práticas docentes, num diálogo constante entre teoria e prática.

O fórum foi conduzido pela professora doutora da Unirio, Carmem Sanches Sampaio, que destacou o objetivo central do Fale.

— O Fale é um fórum de alfabetização, leitura e escrita. É uma articulação entre a universidade e a escola com o seguinte princípio: a universidade ensina a escola básica, mas esta também ensina à universidade. Por isso que a nossa mesa é sempre formada por professores alfabetizadores que vêm narrar e socializar o que fazem todo dia nas salas de aula. No sentido de também mostrar e valorizar o que de tão bonito e importante eles fazem, quanta teoria tem produzida nessa prática. O Fale é um projeto de pesquisa e extensão, a gente filma e transcreve os encontros. Trabalhamos com as narrativas dos professores, no sentido de saber o que eles vêm fazendo e a potência do que eles já fazem, apesar de, às vezes, terem tantas dificuldades — explica Carmem.

A professora elucidou ainda que o Fale não é uma assessoria especial. Ele existe desde 2007 e foi pensado para ser realizado apenas em um ano, mas teve que se estender devido ao grande sucesso de público. O fórum acontece em Angra de forma gratuita, não gera nenhuma despesa ao município.

Para a professora da Escola de Educação da Unirio, Adriane Ogêda, as experiências apresentadas são muito ricas, pois integram os professores da escola básica e da universidade. Em sua palestra, ela trouxe uma discussão conceitual sobre a formação do leitor. Apresentou também, de um modo geral, as concepções de leitura, de alfabetização e de leituras literárias, trazendo algumas referências sobre esses sistemas.

— É importante dar esse espaço ao professor, para que ele possa apresentar sua experiência no cotidiano da escola. Assim possibilitamos a visibilidade do que ele faz e, ao mesmo tempo, estabelecer um diálogo entre a universidade e a escola, que é o principal objetivo do Fale. É importante também a presença do professor formador no cotidiano da formação do leitor, não só para ampliar o repertório da criança, mas para trazer uma grande variedade de textos ricos e vivos — afirma Adriane.

A professora Leila Júdice, da Escola Municipal Antônio José Novaes Jordão (Morro do Peres), também palestrou e expôs toda a sua prática de leitura e escrita em sala de aula. Ela é a criadora do projeto Piquenique da Leitura, um grande sucesso entre os alunos da escola onde leciona.

— Quando cheguei à escola, percebi que as crianças não passavam nem perto da biblioteca e isso me incomodava. Daí eu comecei a pensar que eu tinha que fazer alguma coisa para mudar a mente delas, porque elas chegavam na escola e só queriam a merenda. Foi quando surgiu o Piquenique da Leitura — diz Leila.

Para a gerente de Ensino Fundamental, Sandra o IV Fale/Angra foi um grande sucesso.

— Hoje o que foi discutido não foi apenas para alfabetizador, mas para todos os professores que consideram a leitura como um aspecto importante do processo ensino/aprendizagem. Acho que o IV Fale contribuiu muito, conforme ouvimos nas próprias falas dos professores. Creio que deu para perceber o quanto isso os motivou a olhar para o trabalho que estão desenvolvendo, a valorizar e reconhecer aquilo que eles podem potencializar, a se inspirar para novas práticas — finalizou