A prefeita Conceição Rabha e seu vice, Leandro Silva se reuniram nesta quarta-feira, 9, com representantes da distribuidora de energia Ampla S.A. no Salão Nobre da prefeitura. Vereadores também participaram do encontro, convocado pela própria prefeita para debater o funcionamento da empresa e as melhorias necessárias à rede de distribuição de energia elétrica em Angra dos Reis. A prefeita e os parlamentares fizeram perguntas e questionaram a distribuidora sobre os problemas no fornecimento de energia, quem vêm sendo constantes, sobretudo neste início de ano, quando várias comunidades relatam dificuldades.
Os representantes da empresa afirmaram que as condições geográficas do município são o principal fator complicador para o oferecimento regular do serviço. Além disso, as fortes chuvas no período de verão, a topografia cheia de morros e a grande quantidade de vegetação, além da grande extensão territorial, dificultam o trabalho das equipes acionadas para as ocorrências. A rede é afetada por relâmpagos, quedas de árvores e deslizamentos. Outro problema é a margem de distância com a Rio-Santos, que precisa ser respeitada, fazendo com que em muitos casos os postes tenham que ser instalados nos morros, sujeitos a deslizamentos.
A Ampla apresentou um relatório com os vários danos sofridos pela rede nos últimos dias, em locais como Caputera I e II, Monsuaba, Portogalo, Jacuecanga, Frade, Santa Rita e Gamboa do Bracuí e informou que danos ocorridos em uma localidade podem afetar o fornecimento em outras.
De acordo com os dados da empresa, desde 1º de janeiro, cerca de 300 árvores afetaram a rede. A Ampla afirma ter dobrado seu efetivo no município, de 15 para 30 equipes, desde o dia 2. Profissionais de outros municípios foram realocados para Angra, totalizando cerca de 200 pessoas para atender ao município neste momento de grande número de ocorrências, em manutenções e atendimentos de emergência.
Apesar das explicações, Conceição cobrou da empresa, soluções efetivas e de curto prazo. A Ampla afirmou que uma solução possível, além do cuidado adequado com a poda das árvores, seria o licenciamento, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea/RJ), para a construção de corredores de passagem (servidões) para a rede de distribuição.
Também foi cogitada a possibilidade da implantação do cabeamento subterrâneo, o que já é adotado em outras cidades. No entanto, os representantes da empresa lembraram que esse tipo de cabeamento custa dez vezes mais que o cabeamento aéreo hoje utilizado, o que invariavelmente onera a tarifa cobrada. Além disso, para a utilização do cabeamento subterrâneo no município seria preciso autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), através de lei.
– Queremos buscar parcerias que permitam um convívio melhor do sistema elétrico com a realidade geográfica do local – afirmou Fábio Fonseca, responsável técnico operacional da Ampla.
Conceição ressaltou à equipe da Ampla e aos vereadores a transparência com a população e a busca por parcerias, que serão marcas de seu governo.
– Estamos construindo uma relação de parceria. Quero minha cidade desenvolvida e que ela se torne melhor para todos. Estamos aqui pedindo apenas a prestação adequada dos serviços – disse a prefeita.
Conceição pediu que a empresa encaminhe ao Governo Municipal, um documento com o plano de investimentos para o município, constando as próximas ações e prazos. Ela também terá reuniões com a Aneel para dar continuidade às discussões sobre a melhoria na distribuição da energia na cidade.