terça-feira, 17 de agosto de 2010

Caos total: pacientes ficam amontoados nos corredores da Santa Casa a espera de atendimento

Foto: Fábio Martins

Pacientes ficam horas em pé na fila aguardando atendimento


Na manhã desta terça-feira, os corredores da Santa Casa de Misericórdia de Angra dos Reis ficaram tomados por pacientes a espera de atendimento. Uma cena que se repete a cada dia. Pessoas de várias idades ficam misturadas, muitas delas com fortes dores, sem ao menos poderem se sentar, já que as cadeiras existentes não atendem a demanda.
É possível ver pacientes em cadeiras de rodas sem nenhuma atenção especial. De acordo com o Sr. Elson Ferreira, que aguardava atendimento na sala de Raio X, as pessoas chegam à Santa Casa às 6h da manhã é só consegue se consultar na parte da tarde ou no início da noite.
A paciente Patrícia dos Santos que há anos sofre com um problema no joelho relatou que, só para marcar uma nova consulta ela leva cerca de 6 meses:
“Eu precisava ter acompanhamento pelo menos uma vez ao mês, mas não consigo. Da última vez que estive aqui, cheguei cedo, fiquei sem almoçar e só fui atendida ás 6h da tarde”, afirmou a jovem.
Com uma toalha tapando a boca e as narinas, a Srª Maria Braz disse que não sabia a hora que iria sair da fila. Ela sofre com dores na coluna e apresenta princípio de pneumonia.
- A gente vem aqui para se curar e corre o risco de ficar ainda mais doente, pois é muita gente respirando o mesmo ar em um ambiente fechado – argumentou a paciente.
Como se não bastasse o absurdo de haver apenas um médico para cada especialidade, uma denúncia chamou a atenção da nossa reportagem. De acordo com a jovem Marcela Ferreira, funcionários teriam deixado de marcar consulta de pacientes na segunda-feira, 16, devido a falta de prontuário impresso.
Uma senhora que estava aguardando desde a noite anterior foi atendida nesta terça às 10:30, segundo informações fornecidas por sua neta, a paciente passou a noite na fila.
O Provedor da Santa Casa, Samuel Almeida não foi encontrado para dar informações sobre o caos instalado na instituição.