quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Seminário Internacional de Educação




Professores, pedagogos e demais profissionais de educação de Angra e outros municípios reuniram-se no resort Serenar, em Angra, para o Seminário Internacional de Educação. O evento, realizado na quinta e sexta-feira, dias 24 e 25, discutiu o tema “Diálogos para democratização da escola pública no século XXI: desafios e possibilidades" e contou com a participação de palestrantes do Brasil, Estados Unidos e Argentina.

     O encontro teve como objetivo contribuir para a melhoria da qualidade do ensino, possibilitando aos profissionais de educação o acesso aos estudos e pesquisas de palestrantes brasileiros e estrangeiros e favorecendo uma oportunidade real de diálogo sobre qualidade da educação. O Seminário Internacional de Educação de Angra dos Reis foi organizado pela Prefeitura de Angra, por meio da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia.

     Na sexta-feira, durante a manhã, o tema discutido foi “Diversidade e inclusão”. O debate contou com a participação da doutora em política de educação pela Universidade da Califórnia, Janelle Scott, e com a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Adriana Carvalho Lopez.

     Foram discutidas questões relacionadas à distribuição igualitária de oportunidades no ensino e na sociedade, através da educação, como cotas sociais e raciais. Para os debatedores, apesar das dificuldades, a questão racial na educação tem obtido avanços. Outro assunto discutido foi a discriminação religiosa, especialmente aquela sofrida por adeptos dos cultos de origem afro-brasileira. De acordo com os palestrantes, alguns pais se opõem a atividades escolares relacionadas a influências culturais africanas por associá-las a algo demoníaco.

     À tarde, o último painel do seminário, cujo tema foi “Educação e comunicação”, discutiu o uso das redes sociais pelas escolas, ressaltando aspectos positivos e negativos. O uso dessas novas mídias no ensino das matérias escolares pode estimular a participação dos alunos, mas também pode reduzir as discussões a um nível muito informal ou até banal. Outras aplicabilidades interessantes para as redes sociais nas escolas seriam como quadro de avisos e memória coletiva de eventos escolares.

     Outro tema importante que foi inserido no debate foi a onda de protestos que tomou o Brasil desde junho deste ano. O caráter da escola como formadora de consciência crítica foi reforçado.

     – A escola tem que se aproximar dos fatos e mostrar o que está acontecendo, mas com profundidade – disse a argentina Inês Dussel, doutora pela Universidade de Wisconsin e mestre em ciências sociais. Junto com ela também participou a doutora em ciências sociais e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Nilda Alves.    

     A então secretária de Educação, Cláudia Nogueira, fez um balanço positivo do seminário.

     – Foi um evento bastante rico em conteúdo e também muito prazeroso. Algo que a rede municipal de ensino não via há muito tempo. Recebemos muitos elogios. Toda a equipe que participou está de parabéns pelo trabalho. Espero que os profissionais tirem bom proveito desse encontro que foi tão importante para a formação continuada – avaliou Cláudia.