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A Prefeitura de Angra dos Reis, por meio da Secretaria de Ação Social e com o apoio da Fundação Cultural de Angra (Cultuar), realizou nessa sexta-feira e sábado, dias 5 e 6 de julho, a primeira Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial, com o mesmo tema da Terceira Conferência Nacional, "Democracia e Desenvolvimento - Sem Racismo: Por um Brasil Afirmativo", que será realizada em Brasília, no mês de novembro.
Na sexta-feira, o evento, que contou com a presença de aproximadamente 120 pessoas, foi iniciado por uma mesa composta pelo vice-prefeito Leandro Silva, a secretária de Ação Social Inês Tenório, o presidente da Cultuar Délcio Bernardo, o superintendente Estadual da Igualdade Racial (Suppir) Marcelo Dias, o vereador Eduardo Godinho, a representante do Grupo de Consciência Negra Ylá-Dudu Jaqueline Máximo, e o representante indígena Augemiro.
A secretária de Ação Social, Inês Tenório, falou sobre os prazos para a realização da conferência e agradeceu a todos que contribuíram de alguma forma.
— Estou honrada em presidir essa conferência municipal em Angra dos Reis. Nossa cidade tem que ter voz na etapa estadual e por isso não medimos esforços para realizar esse evento. Quero agradecer a toda a equipe da Secretaria de Ação Social que participou dessa organização, pois sem a dedicação dessas pessoas esse evento não teria acontecido, pois se não realizássemos a conferência nesse final de semana, perderíamos o prazo para participar da etapa estadual. — disse Inês Tenório.
O vice-prefeito Leandro Silva destacou a importância da conferência e os avanços desses debates no município.
— Não tenho dúvidas de que o município de Angra dos Reis finalmente está avançando nos debates de promoção da igualdade racial e de políticas de inclusão das minorias. Esse governo está promovendo a primeira conferência municipal quando a nível nacional será realizada a terceira edição do evento. Ficamos 12 anos estagnados nessas questões. O nosso governo está implantando uma democracia nessa cidade e temos a consciência de que temos que ouvir o povo para construirmos uma cidade melhor. Temos que encarar os problemas de desigualdades raciais com políticas públicas que promovam a igualdade em nossa sociedade — afirmou Leandro Silva.
Ainda na sexta-feira foram apresentadas duas palestras, uma tratando do “Histórico do Grupo de Consciência Negra Ylá-Dudu”, conduzida por Jaqueline Máximo, e a segunda, “Democracia e Desenvolvimento sem racismo, por um Estado e um Brasil Afirmativos”, apresentada por Marcelo Dias, representante da Suppir-RJ. No sábado, a dinâmica da conferência foi diferente do planejado, pois a participação popular foi menor que a prevista.
Os presentes debateram as diretrizes do documento final da conferência e apresentaram propostas. Dentre as propostas apresentadas, destacam-se a urgência na criação da Superintendência de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Suppir-AR), órgão ligado ao gabinete da prefeita e a implantação de políticas públicas permanentes (políticas de estado), ao invés de intervenções superficiais nas questões de igualdade racial.
Ao final da conferência, foram eleitos quatro delegados que participarão da etapa estadual da Conferência Nacional. Foi eleito um representante da capoeira (Marisco, do grupo Senzala), uma representante do Grupo de Consciência Negra Ylá-Dudu (Maria Margarida Ferreira), uma representante do segmento religioso (Indaia, coordenadora da Associação de Umbanda e Candomblé de Angra dos Reis) e um representante da juventude negra (Hugo Vilela). Outros dois delegados serão indicados pelo governo municipal.
