quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Audiência Pública debateu o abastecimento de água no município

Fotos: Fábio Martins





Participação popular enriqueceu o debate

A tarde desta quarta-feira, 19, foi marcada por uma Audiência Pública que discutiu os muitos problemas relacionados à água no município de Angra dos Reis. O encontro realizado no Plenário da Câmara Municipal reuniu representantes do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) e da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto) que novamente tornaram a discussão num jogo de empurra-empurra.

O abastecimento de água em Angra é um antigo problema vivido pelos moradores. Muitos deles ficam dias sem uma gota do líquido nas torneiras e com a aproximação do verão, esta preocupação aumenta já que o consumo de água é maior.

A Audiência proposta e presidida pelo vereador Leandro Silva (PDT), teve como objetivo colocar frente a frente os responsáveis pelo serviço de fornecimento de água e a população, com o intuito de buscar informações e soluções.

- Não podemos ficar nesse impasse entre estas duas autarquias enquanto a população sofre com a escassez de água. Falta de dinheiro não é o problema, já que a Prefeitura conta com um orçamento quase que bilionário (anual) – disse o parlamentar.

O presidente do Saae, Carlos Marcatti, disse que já há um investimento sendo realizado para solucionar a questão e adiantou que só em 2012 há uma estimativa de que o orçamento gire em torno de R$ 12 milhões. Marcatti afirmou ainda que tem total conhecimento das dificuldades vividas pelos moradores do município e que o abastecimento depende de ações conjuntas do Saae e Cedae.

Leandro Silva abriu espaço para participação popular pelo telefone e para os que estavam presentes na Audiência Pública. Jornalistas e populares fizeram questionamentos como prazo para solução definitiva do problema, pediram informações quanto a arrecadação mensal e anual dos órgãos e deram sugestões.

O radialista Aderbal Teixeira sugeriu que a prefeitura repensasse numa antiga estratégia, que já foi apontada como solução, que é a transposição do Rio Bracuhy “ou qualquer outro dos muitos existentes na região” para acabar de uma vez com a falta d´água.

- Dá pra solucionar o problema da população e se a questão for política isso vai ser bom também para quem resolver, pois vai ser a cidade onde os moradores e os turistas receberão água mineral em suas torneiras. Somos beneficiados pela natureza que se encarregou de encher nossos mananciais. O que falta é interesse por parte do poder público – desabafou.

Diversos moradores relataram durante o debate que estão muito preocupados com o que chamaram de “descaso”. Com a chegada do verão, teme-se que a situação vivida na mesma estação no ano passado se repita. Em 2010, Angra passou por momentos críticos com a população reclamando da falta de água na maioria dos bairros. Em alguns casos os moradores ficavam dias sem uma gota de água nas torneiras e quando existia, o líquido apresentava coloração e odores que denunciavam a má qualidade da mesma.

O engenheiro da Cedae, Flávio Guedes foi razoável em dizer que apesar de também ser político (suplente de deputado) esta questão deve ser deixada de lado em nome do bem-estar da população.

- Tudo na nossa vida envolve política, mas o que temos que fazer aqui é buscar soluções reais para que os moradores não sofram mais com a falta d’água – disse o engenheiro, que parabenizou, em público, o vereador Leandro Silva por provocar a discussão.

Leandro lembrou que a Câmara Municipal está buscando as soluções há muito tempo e que no ano passado, por exemplo, a Casa Legislativa chegou a montar uma Comissão Especial para tratar do assunto, mas não obteve o resultado esperado.

- Definitivamente não podemos mais esperar e ficar neste jogo de empurra-empurra que envolve questões e interesses políticos. Está na hora de resolvermos a situação. Água é um bem precioso, necessário e graças a Deus está disponível gratuita na natureza – afirmou o parlamentar.

O debate, na avaliação do vereador Leandro Silva “foi produtivo”, mas o propositor da Audiência quer ver as respostas deste encontro e já deixou pré-agendada, uma outra discussão para fevereiro de 2012.